Desde do final do século XVIII que a joaninha é utilizada para controlar pestes nos Estados Unidos. Muitas espécies de joaninhas podem ser benéficas a toda e qualquer produção agrícola e até ao jardim. Trata-se de um dos maiores predadores de acarídeos (ou homoptera), que são na sua generalidade considerados pestes dos espaços verdes. Protegendo a população de joaninhas e até fazendo com que aumente estamos a promover o combate a estas pestes. Reduzindo a sua presença de uma forma natural, barata e sem problemas ambientais. Assim é possível evitar completamente o uso de pesticidas ou outros químicos prejudiciais ao ambiente.
Existem várias formas de utilizar a joaninha como controlo biológico de pestes:
1. Controlo Manipulativo Biológico – utilizar a população de joaninhas já presente na zona afetada. Criar condições mais favoráveis para estas proliferem. Por exemplo, não utilizar químicos diminuem as mortes. Deixar crescer as urtigas que normalmente alojam afídios logo no início da Primavera.
2. Controlo Biológico Aumentativo – identificação da(s) espécie(s) de joaninha(s) na zona afetada, mas em números inferiores àqueles necessários para combater a peste. Implica a introdução de joaninhas vivas, compradas a um fornecedor próprio. Com esta operação pretende-se aumentar a sua população a um nível que permita um combate eficaz. Existe um risco inerente às largadas das joaninhas, que é o de voarem para outra zona. Mas, se permanecerem o tempo suficiente para porem ovos, nascerão as larvas. Como não podem voar até à idade adulta, consumirão a peste sem poder migrar para outra zona.
3. Controlo Biológico Clássico ou Inoculador – implica a introdução de uma espécie de joaninha que não exista na zona afetada. Espera-se que combata uma peste que parece já ter combatido numa outra zona. Um exemplo foi a introdução da joaninha Rodolia cardinalis para combater insetos de escama. Estes ameaçavam destruir por completo as culturas de citrinos da Califórnia. Através da luta biológica, não foi preciso utilizar químicos, poupando o ambiente como também recursos associados ao combate desta peste.
A utilização das joaninhas no combate a certas pestes é um método natural a considerar pela sua simplicidade. A inexistência de efeitos secundários e prejudicar o meio ambiente torna esta prática muito importante. Hoje em dia pode-se encomendar joaninhas vivas através da internet com muita facilidade (com excepção de sites provenientes de países com restrições alfandegárias) para utilização como controlo biológico.
Joaninhas (Coccinella septempunctata) Taxonomia
É uma das cerca de 5000 espécies de joaninhas e a mais comum na Europa.
- Reino – Animalia
- Filo – Arthropoda
- Classe – Insecta
- Ordem – Coleoptera
- Família – Coccienellidae
- Género – Coccinelaa
- Nome Comum – Joaninha, Joaninha-de-sete-pintas ou donzelinha-de-sete-pintas
Caraterísticas das Joaninhas (Família Coccinellidae)
Comprimento: de 1 a 10 mm dependendo da espécie.
Corpo: corpo semiesférico, cabeça pequena, 6 patas muito curtas e asas membranosas muito desenvolvidas, protegidas por uma carapaça quitinosa que geralmente apresenta cores vistosas.
Cor: Normalmente tem cores fortes – vermelhos, amarelos – para avisar os seus predadores que é tóxica e que sabe mal. Algumas emitem um cheiro desagradável para os afastar. Pode ter manchas pretas nas suas asas – desde duas até dezasseis, ou mais.
Reprodução: 10 a 50 ovos amarelos de cada vez. As larvas quando nascem são pretas ou cinzentas e têm menos de 4mm de comprimento. As larvas podem continuar cinzentas ao cresceram (tem 4 fases), ou tornarem-se azuis com marcas amarelas ou cor de laranja. Têm mandíbulas alongadas e alimentam-se do mesmo que a joaninha adulta. O ciclo de reprodução pode variar em duração dependendo da temperatura, podendo até parar em épocas muito frias.
Alimentação: Afídios, insetos de escama e acarídeos. Eventualmente consomem néctar das plantas e água que vêm nos insetos como complemento à sua dieta. Algumas joaninhas, embora poucas, são herbívoras comendo folhas de plantas.
Reacção ao Perigo: Quando sentem perigo, enrolam as suas pernas e antenas debaixo da sua carapaça. Chegam a, inclusivamente, cair de onde estiverem, como por exemplo de uma folha.
Conheça melhor as Joaninhas vendo a sua metamorfose em dois pequenos vídeos:
Afídios
Também conhecidos como pulgões ou piolhos-das-plantas, são pequenos insetos, pertencentes à super família Aphidoidea. Variam entre 1 a 10 mm de comprimento e apresentam geralmente uma cor uniforme, baça ou brilhante, existindo espécimes castanhos, cinzentos, amarelos, verdes, vermelhos ou pretos. Têm como particularidade a presença de um estilete, que permite furar a superfície de plantas e vegetais e, posteriormente, alimentarem-se da seiva do seu interior. Os afídios são uma das pragas que mais preocupam agricultores e silvicultores. Não só porque diminuem o rendimento das plantas, sugando a seiva, colonizando, em grande número, caules, folhas, flores, frutos, etc. Propiciam também outros problemas como, por exemplo, a “melada” que estes segregam, favorecendo o aparecimento de fungos também prejudiciais à planta. Estes problemas podem levar à morte das plantas, destruindo as produções agrícolas.
Pode ainda ver as joaninhas em ação contra os pulgões
Nota: Os ovos das Joaninhas não devem ser confundidos com os do escaravelho da batata (Leptinotarsa decemlineata). São muito idênticos na sua forma mas têm cor alaranjada. Veja as diferenças:
Legenda: Ovos de Joaninhas (imagem da esquerda), Ovos de escaravelho da batata (imagem da direita)