Abordarei neste artigo a seguinte temática “Soluções de Tecnologia para reaproveitar resíduos dos lagares de azeite”.
A indústria do azeite dispõe atualmente de soluções tecnológicas para reaproveitamento de praticamente todos os resíduos, que podem ser usados para produção de biomassa e até as folhas das oliveiras podem ser canalizados para a alimentação animal.
O sector do azeite sofreu uma grande evolução nas últimas décadas e a tecnologia dá hoje resposta para praticamente todos os resíduos, no entanto estas tecnologias e soluções são ainda muito caras.
Após a produção do azeite fica o bagaço de azeitona, os caroços, as folhas e as águas ruças, que são um “problema ambiental complexo”. Têm uma carga poluente entre 200 a 400 vezes superior ao do esgoto doméstico. A campanha de azeitona no país produz águas ruças equivalentes ao esgoto de 2,5 milhões de pessoas. Os processos de tratamento são, desde os menos onerosos, como lagoas de retenção e evaporação, a outros mais caros como os de tratamento biológico, térmico e físico-químico. Todos estes resíduos passaram a ser utilizados num sistema de transformação como combustível sólido como biomassa para caldeiras domésticas ou industriais.
A Cooperativa dos Olivicultores de Murça já utiliza esta solução de tratamento e de criação de biomassa para ser uma mais valia comercial e redução do impacto ambiental.
Estudos indicam que poderão existir outras soluções para melhorar os tratamentos das águas, os resíduos e maior eficiência de produção, recorrendo a fontes de energia solar para produção do azeite.
Em 1994 estavam em laboração em Trás-os-Montes e Alto Douro 243 lagares, tendo entretanto algumas destas unidades encerrado devido às exigências da União Europeia relativamente ao licenciamento e às novas exigências ambientais. Atualmente, estão em funcionamento cerca de 134 lagares de azeite em toda a área da DRAPN.
Nos últimos anos, a GNR tem fiscalizado os lagares de azeite e, segundo fonte policial, tem registado cada vez menos incumprimentos das normas de funcionamento, desde os licenciamentos ao tratamento de resíduos. Todos os anos tem sido fiscalizado os diversos lagares em produção em Portugal.
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Eng.º José Rui Gomes – IT Manager – Universidade do Minho, Jornal Terras do Demo, 01 de julho de 2019