Hoje, vou incidir o artigo continuando a falar sobre a tecnologia na Agricultura, aplicando-a nas Estufas Agrícolas, para uma melhor produção e qualidade.

As culturas agrícolas necessitam de condições climáticas otimizadas para o seu processo de desenvolvimento/produção. Temperaturas baixas dificultam a germinação das sementes e as altas fazem as plantas transpirarem demais. As geadas, na sua maioria, provocam o fim da plantação e a humidade relativa do ar se for baixa provoca desidratação das plantas e quando elevada coloca as plantações mais suscetíveis às doenças. A chuva, quando excessiva, pode provocar desequilíbrio nas culturas. O vento frio diminui o ritmo de crescimento das culturas e quando é forte pode provocar danos físicos às plantações. Poucas são as culturas que resistem ao granizo.

A necessidade dos produtores protegerem as suas culturas, na zona onde produzem ou pretendem estabelecer a sua produção, dos fatores climáticos mais adversos, como chuvas, granizos, geadas, ventos, contornando o fator clima, está na base da utilização crescente de estufas agrícolas (ambiente “fechado” ou controlado).

O facto de se conseguir contornar o fator clima, possibilitam plantações que de outra forma não sobreviveriam a certas épocas do ano, e consequentemente trariam índices menores de produtividade.

Nos dias de hoje, cada vez mais, encontramos na tecnologia que existe ao nosso dispor, bem como a aplicação que se pode fazer da mesma, uma grande aliada no desenvolvimento da agricultura. Neste particular, a utilização das novas tecnologias na gestão de estufas agrícolas permite tirar o máximo partido destas estruturas em termos produtivos.

Uma gestão adequada de estufas pode proporcionar inúmeras vantagens nas plantações agrícolas, entre as quais:

  • Maior qualidade dos produtos, com melhor aspeto, permitindo obter melhores preços;
  • Obtenção de colheitas precoces e/ou fora de época, aliadas a uma boa qualidade, proporcionam preços mais elevados, possibilitando mais do que uma colheita por ano na mesma área;
  • Maior controlo sobre as pragas e doenças, pois as plantas em estufas são mais fortes e resistentes às doenças e pragas;
  • Maior economia de água, pois as plantas transpiram menos e a água não se evapora pela ação do vento e do sol direto, exigindo menos regas. Existência de maior controle da humidade do solo no interior da estufa, sem a intervenção da chuva, que pode causar o desequilíbrio hídrico;
  • Preservação da estrutura do solo, pois evita a compactação do solo pelas águas da chuva, seguida de calor solar. Por outro lado, o solo fica protegido da erosão, permitindo que a terra permaneça em boas condições;
  • Permite a plantação de variedades selecionadas que necessitam de condições ambientais especiais, como as que as estufas podem proporcionar.

As particularidades e cuidados especiais de gestão de ambiente “fechado” em estufas agrícolas, tem levado à aplicação das novas tecnologias nos processos de automação e controlo.

  • Termóstatos
  • Controladores e sensores são usados no controlo climático;
  • irrigação;
  • Fertilização e na maquinaria das estufas.

Os dados gerados são usados para efeitos de alarmística e de controlo operacional, e processados em aplicações de gestão agrícola e de gestão de dispositivos, permitindo aos gestores agrícolas acompanhamento em tempo real da evolução das suas culturas; melhorar a fiabilidade e eficácia do sistema estufa; reduzir a carga de trabalho do produtor; melhorar a concordância entre as necessidades da cultura e o ambiente da estufa; providenciar informação para ajudar a identificar problemas; melhorar a qualidade e crescimento da colheita e reduzir consumos energéticos, por unidade de produção.

 

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Eng.º José Rui Gomes – IT Manager – Universidade do Minho, Jornal Terras do Demo, 18 de abril  de 2017