Hoje vou abordar um outro ponto alto do Outono, a  castanha da Beira Alta. A castanha é o produto de eleição nesta época, para todos os Portugueses.

A Castanha da Beira Alta

A Castanha da Beira Alta é designada por Castanha dos Soutos da Lapa. É proveniente do castanheiro, nas variedades Martainha e Longal, produzidas nesta área geográfica. Com leves estrias longitudinais e um sabor suigéneris, o fruto da variedade Martainha é castanho claro, de brilho médio e grande calibre (60 a 70 frutos por Kg). O fruto da variedade Longal tem forma elíptica, cor castanho avermelhado, com muito brilho e estrias escuras longitudinais, de pequeno e médio calibre (70 a 90 frutos por Kg), e caracteriza-se por um descasque fácil.

As castanhas devem apresentar-se inteiras, sãs, não germinadas, isentas de insetos, de humidade exterior e de odor e ou sabor estranhos.

A área geográfica correspondente à produção da castanha dos Soutos da Lapa na região agrária do centro abrange cerca de 565,21 km2 e compreende os concelhos de Trancoso e Aguiar da Beira. Na região agrária do norte, abrange os concelhos de Moimenta da Beira, Sernancelhe, Penedono e algumas freguesias dos concelhos de Armamar, Tarouca, Tabuaço, São João da Pesqueira, e Lamego.

O último inventário florestal nacional em 2013, apontava para um aumento da área de castanheiro (41410 ha).

A introdução de novas tecnologias e modernização de máquinas agrícolas, tem vindo a profissionalizar a cultura da Castanha. Associado às novas tecnologias, existe a redução do impacto ambiental, no ecossistema, das técnicas aplicadas, nomeadamente no desperdício de nutrientes aplicados através da adubação ou da necessidade ou não de proceder a correções do pH do solo de uma forma mais objetiva.

Este acompanhamento individual permite igualmente a deteção com maior antecedência de problemas fitossanitários, permitindo assim ganhar tempo na sua prevenção e combate.

Da mesma forma, a utilização desta tecnologia permite uma melhor gestão das variedades de castanha a produzir, através da gestão do souto no que respeita à polinização e à forma como cada individuo deve ser posicionado no terreno, para se obterem os resultados desejados.

Ao nível da colheita mecanizada, consegue-se acompanhar a produção individual de cada árvore ao longo do tempo e gerir toda a logística de transporte até às unidades transformadoras, garantindo uma maior racionalização na utilização dos combustíveis e permitindo à unidade transformadora saber, em tempo real, com o que conta quer ao nível da produção quer ao nível da qualidade.

A implementação desta tecnologia, implica igualmente a formação e sensibilização dos produtores, de forma individual ou através das suas organizações associativas e o envolvimento das empresas prestadoras de serviços que constituem um elo fundamental na qualidade do serviço que é necessário prestar para que se possa retirar todo o potencial do sistema.

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Eng.º José Rui Gomes – IT Manager – Universidade do Minho, Jornal Terras do Demo, 23 de abril de 2017