Hoje, vou incidir o artigo sobre a colheita automatizada das maçãs, numa região onde se destaca a produção da maçã.
A maçã de Moimenta da Beira é reconhecida já em todo o mercado Português e em grande parte do Mundo. Numa cota dos 700 metros de altitude, com mais de 300 hectares de terra, plantam-se macieiras que dão origem a maçãs suculentas, crocantes e de polpa consistente.
A região de Moimenta da Beira produz metade da que o país consome. O fruto é um símbolo da terra e a sua apanha movimenta meios humanos e capital. Setembro é o mês da apanha da maçã, balde a balde, despem-se as macieiras, enchem-se os palotes (caixas que levam cerca de 300 kg), que depois são transportados até às empresas distribuidoras. Aí seguem um processo de calibração e seleção antes de chegar à etapa final: a mesa do consumidor.
Na apanha precisamos de mãos rápidas mas delicadas, sobretudo quando se trata da variedade “Golden”, que não gosta de “apertões”. O trabalho é manual mas “não é difícil, é só apanhar o jeito
O crescimento de plantações de pomares, o aumento do consumo da maçã e o envelhecimento da população faz com que no tempo da colheita exista uma escassez de recursos humanos na apanha da maçã. ”. Esta é uma ocupação que mobiliza, em muitos casos, imigrantes do leste da Europa, mas os agricultores, privilegiam a mão de-obra local.
Durante muito tempo, pouco mudou na forma de colher maçãs, continuando a ser, globalmente, um processo manual. Porém, existem empresas que estão a investir num desenvolvimento de robots para a colheita automatizada de maçãs, que já se encontra em fase de testes e é previsto que chegue ao mercado brevemente.
Os robots, foram desenhados para serem suficientemente fortes e rápidos para colher um fruto por segundo da árvore, mas com a sensibilidade necessária para não danificar o fruto e a árvore.
Os robots de colheita automatizada de maçã, têm implementado um sistema de visão artificial que identifica as maçãs na árvore que estão prontas para a colheita, e com uma espécie de “aspirador” ele remove da árvore o fruto.
A fonte de alimentação dos robots serão os tratores, normalmente utilizados nos pomares.
Este novo sistema de apanha automatizado vai ter um potencial enorme, pois já recorre a tecnologias de visão computorizada e processamento de imagem.
Atualmente, na região do Concelho de Moimenta da Beira já existem plataformas semiautomáticas, com tapetes de escoamento e estruturas por altura, ligadas a tratores que melhoram a eficiência, o desempenho e preço na apanha da maçã.
Os agricultores devem passar a plantar pomares de modo a introduzir sistemas automatizados de colheita. A introdução de alterações nos pomares, como a organização das plantações, a eficiência energética, a eficiência na rega, a previsão e gestão operacional das produções, permite aos agricultores uma gestão de custos e de organização que lhe vais trazer mais proveitos, bem como uma produção com mais qualidade e rentabilidade.
A mecanização da colheita facilita o trabalho aos agricultores na colheita, mais rentabilidade na apanha e com menos custos, podendo disponibilizar a mão-de-obra para outras tarefas.
A introdução de tecnologias e sistemas de informação adequados neste tipo de cultura leva a uma adequação de novas funções ao agricultor.
Algumas notícias sobre agricultura:
- “Toneladas de maçã e pera podem ser retiradas do mercado com apoio excecional” – Ler artigo
- “Portugal vai exportar maçã para a Guatemala” – Ler artigo
- “Apenas metade da fruta à venda nos supermercados é portuguesa” – Ler artigo
Se quiser ler outros artigos sobre a Nova Agricultura – Ler mais
Eng.º José Rui Gomes – IT Manager – Universidade do Minho, Jornal Terras do Demo, 06 de junho de 2018