Hoje, o artigo será sobre um tema que nas últimas semanas tem sido objeto de muita conversa e política, a “Floresta”.

A Floresta é uma área com alta densidade de árvores. Segundo alguns dados, as florestas ocupam cerca de 30% da superfície terrestre. As florestas são vitais para a vida do ser humano, devido a muitos fatores principalmente de ordem climática e podem ser de formação natural ou artificial:

Uma floresta de formação natural é o habitat de muitas espécies de animais e plantas, e a sua biomassa por unidade de área é muito superior se comparado com outros biomas. Além disso, a floresta é uma fonte de riquezas para o homem: fornece madeira, resina, celulose, cortiça, frutos, bagas, é abrigo de caça, protege o solo da erosão, acumula substâncias orgânicas, favorece a piscicultura, cria postos de trabalho, fornece materiais para exportação, melhora a qualidade de vida, etc.

As florestas plantadas são aquelas implantadas com objetivos específicos, e tanto podem ser formadas por espécies nativas como exóticas. Este é o tipo de florestas preferido para o uso em processos que beneficiem da uniformidade da madeira produzida, como a produção de celulose ou chapas de fibra, também chamadas de placas de fibra, a título de exemplo. Semelhante às culturas agrícolas, o cultivo de florestas passa pela implantação; um período de crescimento onde são necessários tratos silviculturais e um período de colheita. Apesar do recente progresso no setor de reflorestamento para a produção de celulose, desde a Revolução Industrial, 50% das florestas da época foram destruídas. (Não tem sentido a frase)

As alterações na Floresta têm vindo a acentuar-se por ação do homem, a industrialização e o poder político.

O fogo nas florestas é um fenómeno que existe há milhares de anos e que vai continuar, enquanto não agirmos na prevenção, no reordenamento florestal e num combate mais rápido e ágil.

Ao longo destes últimos anos são diversos os investigadores das universidades e empresas, que têm vindo a colocar no mercado, diversas tecnologias no apoio à prevenção e a um combate mais rápido e ágil das corporações de Bombeiros aos fogos, recorrendo a drones, ninhos de pássaros inteligentes e telemóveis, entre outros.

O nosso clima mediterrâneo e as alterações climáticas têm desencadeado períodos de fortes precipitações no inverno e primavera e ausência delas em parte da primavera, verão e outono.

O concelho de Moimenta da Beira é também um dos afetados com todas estas alterações, mas que deve pensar no tipo de ordenamento florestal e formas de melhorar os acessos e evitar acontecimentos graves à população, no caso de surgir um fogo florestal.

Devido ao abandono e desordenamento das florestas de Portugal, estão lançadas as condições de base e na envolvente para a calamidade perfeita: muito material para arder e condições para que tal aconteça.

Eu faço algumas sugestões, para melhorar a nossa floresta, tais como:

  • Temos de limitar as áreas florestais e matos, envolvendo-as com campos agrícolas.
  • Nas áreas florestais colocar entre pinheiros e eucaliptos, outras espécies mais resistentes ao fogo, isto é, carvalhos, castanheiros e sobreiros.
  • A vegetação rasteira deve ser controlada com recurso a ruminantes ou então cortar com a ação de meios mecânicos.
  • Nos dias de maior calor e com grau elevado de risco de incêndio florestal, ter uma estratégia de vigilância de forma ativa, com coordenação com os meios locais de combate a incêndios, seja eles, população, bombeiros, GNR ou PSP.

A floresta é importante para cada um de nós, pois contribui para a melhoria da qualidade do ar, da água, do solo e dos seres vivos. As árvores, tal como os outros produtores libertam oxigénio e contribuem para a diminuição de gases efeito de estufa. O vapor de água libertado para a atmosfera ajuda a regular o clima. A floresta também ajuda a proteger o solo. As raízes das árvores prendem o solo e previnem a erosão, melhorando o arejamento e a capacidade de retenção de água no solo. As árvores e os arbustos das florestas são também o suporte da biodiversidade.

 

Algumas notícias sobre agricultura:

  • “UE actualiza lista de espécies exóticas invasoras que suscitam preocupação na agricultura” – Ler artigo
  • “CNA diz que PAC falha nos preços pagos à produção da agricultura familiar” – Ler artigo
  • “Arrendamento compulsivo de terrenos florestais é uma possibilidade para quem não cumpre as regras” – Ler artigo

 

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Eng.º José Rui Gomes – IT Manager – Universidade do Minho, Jornal Terras do Demo, 03 de junho de 2018