Hoje, vou neste artigo falar sobre os cuidados a ter na colheita para reduzir danos mecânicos nas batatas. A região do Concelho de Moimenta da Beira em tempos foi um grande produtor de batata para sustentabilidade das famílias. A produção da batata gerava uma excelente receita para os produtores. Os intermediários dos negócios da agricultura compravam a batata diretamente ao produtor para ser comercializada nas grandes cidades e o agricultor tinha excelente rentabilidade. Hoje em dia já são poucos que produzem a batata e muitos dos produtores produzem em menores quantidades, pois o valor de compra é muito baixo para os custos de produção. Com o tempo as tecnologias foram evoluindo para produzir e operacionalizar a colheita da batata. A mecanização na colheita faz com que seja muito contributivo para o custo da produção ser mais baixo, com maior rentabilização e em menos tempo.
Os choques, cortes, esfoladelas, esmagamento e outros danos causados aos tubérculos durante e depois da colheita, levam sempre à desvalorização das batatas, tendo como consequências diretas:
- Perda de peso durante o período de conservação das batatas (estas perdas podem atingir os 10%).
- Perda de amido durante o período de conservação (pode atingir os 50%).
- Perdas por podridões, causadas por certos fungos como os dos géneros Phoma e Fusarium, e bactérias como Erwinia, que são essencialmente parasitas das feridas e lesões nas batatas.
- As perdas no descasque podem aumentar em cerca de 10% relativamente a batatas em boas condições.
- Deterioração geral da qualidade – cortes, choques, sujeição das batatas a pressões elevadas, engelhamento e podridões depreciam o aspeto, favorecem o enegrecimento da polpa e causam o aumento e concentração de solanina, deteriorando o sabor e a qualidade do tubérculo.
Deve também haver cuidados acrescidos na colheita, de modo a não danificar os tubérculos.
A batata destinada a conservação deve estar bem encascada, pois resistirá melhor às operações de arranque, triagem e embalagem. A redução das adubações azotadas e não cortar a rama muito cedo, na pré-colheita, mas apenas no ponto ótimo de desenvolvimento da batata, contribuem para um bom encascamento.
O poder local deveria trabalhar com uma plataforma eletrónica e ter uma equipa operacional para rentabilizar os produtos locais da região, elaborar projetos de divulgação para o Continente e externamente, criar incentivos de forma a rentabilizar o melhor que se produz na região e melhorar as vendas aos agricultores.
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Eng.º José Rui Gomes – IT Manager – Universidade do Minho, Jornal Terras do Demo, 18 de novembro de 2018