Uma predadora de abelhas
A Vespa-asiática (Vespa velutina) constrói ninhos com cerca de 1 metro de altura e 80 cm de diâmetro. Podem ser encontrados, normalmente, em árvores com mais de 5 m de altura e entre a folhagem. A entrada e saída dos ninhos é feita por um orifício lateral. Por seu lado, a Vespa-europeia (Vespa cabro) faz o seu ninho com cerca de 60 cm de altura e 20 de diâmetro. Estes podem ser encontrados em troncos de árvores ocos e em habitações. Já a saída e entrada do ninho é feita por um orifício inferior.
A Vespa-asiática ou velutina é essencialmente um predador de outras vespas e de abelhas, mas, tal como a vespa europeia, também se alimenta de uma grande variedade de outros insetos. A Vespa-asiática ou velutina não é fonte de transmissão de nenhuma doença das abelhas. A Vespa-asiática ou velutina não é considerada mais perigosa para seres humanos do que a vespa europeia.
Morfologia da Vespa-asiática
A Vespa-asiática ou velutina, é uma vespa de grandes dimensões: rainhas: corpo +/- 3 cm, obreiras: corpo +/- 2,5 cm. A cabeça é preta com face laranja/amarelada. O corpo é castanho-escuro ou preto aveludado, delimitado por uma faixa fina amarela e um único segmento abdominal quase inteiramente amarelado-alaranjado. Os ninhos primários têm cerca de 5-10 cm de diâmetro. Os ninhos secundários têm uma forma redonda ou em pera, com cerca de 50-80 cm de diâmetro, e são geralmente feitos em árvores altas em áreas urbanas e rurais.
Vespa-asiática (Vespa velutina) Vespa Europeia (Vespa cabro)
Abdómen preto apenas com um segmento amarelo
Pintas das patas amarelas
Alimentação: abelhas e outras vespas atacando colmeias em grupo, sobretudo no verão.
Abdómen amarelo com pintas pretas
Patas acastanhadas com pontas mais escuras
Alimentação: vários insetos como moscas, traças, outras vespas, e não apenas de abelhas. Na apicultura só têm impacto significativo nos enxames mais fracos.
Veja aqui as fichas de identificação facultadas pelo ICNF sobre a Vespa-asiática e para evitar confusões com outros insetos. Identifique a Vespa-asiática aqui. Veja outros insetos parecidos aqui.
Ciclo de vida da Vespa-asiática
Entre fevereiro-março
- As novas rainhas iniciam a construção dos ninhos primários e fazem as primeiras posturas
Abril-maio
- Nascem as primeiras fêmeas obreiras e inicia-se a construção de ninhos secundários, maiores
Verão
- Período de maior impacto através da predação direta sobre as abelhas e apiários da região
Métodos de controlo
Não existe ainda nenhum método de controlo eficaz para eliminar a Vespa-asiática ou velutina. A a instalação descontrolada de armadilhas e a destruição dos ninhos de outras espécies de vespas é prejudicial para a biodiversidade, principalmente de insetos polinizadores. Tendo em conta que nenhuma das armadilhas atualmente utilizadas é seletiva para a Vespa-asiática ou velutina, recomenda-se o uso de armadilhas quando haja forte predação em apiários. A destruição dos ninhos da Vespa-asiática é considerado o melhor método de limitar localmente o impacto das mesmas sobre abelhas, outros insetos e eventualmente pessoas.
Nota: Se é apicultor não instale armadilhas pois afetam outros insetos. Reduza a entrada dos apiários para orifícios com 5 mm.
Destruição de Ninhos
Não usar armas de fogo nem destruir parcialmente o ninho. Isto porque dissemina as vespas que constituem assim novos ninhos.
Importante: A destruição dos ninhos deve ser feita por técnicos habilitados para limitar a sua dispersão.
Se observar algum ninho: Ligue SOS Ambiente – 808 200 520 ou aceda ao site SOS Vespa aqui. Pode ainda contactar o SEPNA – Guarda Nacional Republicana ([email protected]), alertar a sua câmara municipal ou junta de freguesia.
Veja também a campanha da Quercus aqui.
Pode consultar o “Plano de Ação para a Vigilância e Controlo da Vespa velutina em Portugal” criado pela DGAV, INIAV e ICNF aqui.
Curiosidades
As abelhas são os insetos mais conhecidos do Homem pela sua capacidade de produzirem um bem muito apreciado, o mel.
Mesmo pesando apenas 0,10 gr e terem pouco mais de 1 cm, as abelhas são dos insetos mais resilientes na natureza.
Independentemente da temperatura, vento ou chuva, as cerca de 80 mil abelhas que compõem uma colónia pousam, em média, em 40 mil flores por dia recolhendo pólen e néctar. Para produzirem 1 kg de mel, as abelhas precisam de visitar pelo menos 5 milhões de flores. Mas este não é o seu único papel.
A abelha também é o inseto polinizador que mais contribui para a reprodução das plantas no nosso planeta. Isso influencia a atividade agrícola e o abastecimento dos produtos que compramos nas nossas visitas aos supermercados.
Na realidade, mais de 65% da produção mundial de alimentos precisa de polinizadores… e a maior parte são abelhas!
Em Portugal, existem cerca de 20 mil apicultores, 40 mil apiários e 570 mil colmeias.
Mas o número de abelhas tem vindo a diminuir nos últimos anos devido, entre outros, ao uso incorreto de pesticidas e à presença de espécies exóticas invasoras, como a vespa velutina.
Também a vespa europeia, que realiza um trabalho importante no equilíbrio da biodiversidade e polinização, são presas desta espécie.
Fonte: Folheto Campanha SOS Polinizadores da Quercus com o apoio da Jerónimo Martins – maio 2015
